Quando a literatura e a morte se encontram
acreditaremos que o assassino seja um livro?
Zoran Zivković, engenhou a meu ver, o melhor universo alternativo, pelo qual me consigo identificar.
Tudo começa quando na livraria Papyrusum dos clientes (ou pacientes) morre, sem qualquer explicação aparente e o resultado após autópsia ao corpo revelou que a morte foi por motivos desconhecidos. Posto isto, entra em cena o inspector Dejan Lukic, responsável pela investigação desta inexplicável morte.
Este é o livro que mistura dois mundos distintos:
- O do espaço que aparenta ser uma espécie de anos 50/60 onde temos uma tradicional livraria, onde os sítios mais frequentados são, por exemplo, uma casa de chá, para beber várias misturas de chá, entre outros; a morgue onde se fazem autópsias e o conhecido mas sempre benvindo médico legista e céptico a outras questões para além daquelas que a ciência consegue explicar e
- O mundo dos nossos dias, onde volta e meia toca o telémovel com conversas directas e claras para o desenrolar da acção seguinte.
Bastante singular no modo de escrever, livro bastante acessível e carregado de uma mestria que poucos estarão habituados a ler.
Podem contar, ao ler este livro, também, com um final que vai dar que pensar e perguntar: a que mundo pertencemos nós?