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Out 11

 

 

Geralt de Rivia,

O Bruxo 

 

Ostatnie Zyczenie é o título original desta obra. Lançado pela primeira vez em 1993 na Polónia, este traz-nos 7 contos onde nos transcreve as aventuras do bruxo Geralt que ganhou vida no primeiro livro deste escritor Polaco: Wiedźmin, ou em Inglês The Witcher. Não teve direito a tradução para a nossa língua portuguesa, mas este primeiro livro da saga do bruxo conta com 5 contos, onde quatro deles estão incluidos na edição O Último Desejo

 

Este livro, mesmo não sendo o primeiro da saga do herói, consegue ser muito interessante e dá aos leitores que pouco conheçam sobre a personagem toda a introdução merecida. Estamos a falar de Geralt de Rivia, um homem com pequena mutação não visivel fisicamente que lhe dá habilidades como bruxo. Cabelos longos e brancos, portador do seu medalhão marca da sua irmandade e uma espada que ao contrário que muitos pensam não é para matar montros, mas sim os humanos que interfiram com os seus objectivos. Uma pessoa bastante cautelosa, pouco se dá a gracejos e ganha a vida a fazer favores de aldeia em aldeia, como matar monstros, ou simplesmente fazer os rituais necessários para quebrar os feitiços e que os monstros retornem à sua forma natural e humana. Acontece que a última palavra é sempre a do bruxo, se aceita ou não o trabalho e quais as suas condições, pois se há coisa que não transgride é o seu código de conduta e ética.

 

Confesso que fiquei um pouco reticente antes de comprar este livro. Conhecia o bruxo pelo jogo The Witcher (podem contar com uma análise assim que possível) para computador que foi baseado nesta saga, mas depois de conhecer duma fonte, é sempre complicado vê-lo noutra... Por norma, uma das duas desilude. Mas este não foi o caso.

Acompanharemos o bruxo por sete aventuras, como disse, quatro das quais estão no primeiro livro da saga que não foi traduzido para português, e onde o leitor pode encontrar uma rica viagem por um mundo medieval, rico em mitologias e criaturas conhecidas por muitos, abominadas por outros tantos. Acompanhado de personagens reais, mostrando as várias faces humanas face ao mesmo perigo, ou não.

 

O Último Desejo é um livro fantástico, medieval, onde o escritor Andrzej Sapkowski faz questão de misturar a cor e simpatia da linguagem e sátira medieval, com o calão e fluidez do corrente uso das palavras, criando assim novos recusos estilisticos ainda a ser estudados. Contudo, a versão portuguesa do livro peca um pouco pela tradução, que teve pelo menos um filtro, ou seja, em vez da tradução ter sido feita imediatamente da fonte poláca, foi feita a tradução pela versão francesa do livro e custa assim acreditar que a magia que as palavras queiram transmitir se mantenham intactas.

Há também inumeras referências subliminares a contos já nossos conhecidos, como por exemplo uma princesa que foi envenenada através de sumo de maçã, mas foi salva por um dos sete gnomos que a acompanham sempre ou o monstro que vive numa enorme mansão e que toda a mansão tal como recheio obedece às suas ordens, entre outros, são felizes referências que a muitos podem passar despercebidas pelo modo que estão contadas, mas estão lá e um sorriso será revelado no rosto de quem as detectar a todas. Sei que cada conto tem pelo menos uma, mas apenas detectei três nos 7 capítulos.

 

Sim, é um livro muito bom para quem gostar de fantasia, monstros, feitiços, magos, bruxaria, época medieval, entre esses temas todos; para os outros que não apreciarem estes temas, aconselho uma melhor prospecção para melhor conhecimento da obra.

 

Sinopse:

 

Geralt de Rivia não é um homem velho, mas os seus cabelos são brancos. Lacónico, o olhar penetrante revela aquele cinismo próprio dos que não se deixam impressionar facilmente. É um bruxo, num universo medieval, o seu ofício é o de um guerreiro treinado para caçar e destruir monstros sobrenaturais. Apesar da sua fama de impedioso assassino, a experiência ensinou-lhe quanto as aparências são enganadoras, ou como o mal e o bem podem coexistir na mesma entidade e como isso pode ser manipulado por interesses mundanos. Desde os anos 90 que esta personagem se tornou um dos heróis de culto na Europa de Leste, onde o público segue avidamente as suas aventuras em obras literárias, no cinema, na televisão e até em jogos electrónicos.

 

Sapkowski escreve com um realismo irreverente e é um admirável inovador da linguagem. O facto de se ter imposto num mercado onde domina a literatura fantástica anglo-saxónica é por si só uma proeza, mas o maior feito de Sapkowski foi romper com os estereótipos de um género que tendia a estagnar. Como o próprio afirma, para ele o normal é serem as princesas a assaltar os caminhos... 


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